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Apercebi-me pela primeira vez da estratégia Alemã quando assisti a uma conferência na Feira das Industrias de Dusseldorf em 1979.
Um conferencista alemão altamente cotado na Industria de automatismos e robótica, falou do milagre alemão, e no final da conferencia fez a liderança de um painel com as perspectivas de desenvolvimento industrial para a Alemanha e para a CEE, a interessante exposição apontava já e às claras para algo grandioso, e foi onde pela primeira vez ouvi o termo Wirtshauftsraum, sendo referido então de passagem, que era pena a Alemanha não estar unificada, pois seria muito mais rápido, e também que era desde já necessário preparar a Alemanha para a possível unificação da Europa!
Pelo empenho, e dinâmica do conferencista, via-se que era sério o propósito e pensado, e não uma mera fantasia futurista, ali dito às claras com a aquiescência do secretário para a indústria e comércio do chanceler Helmut Schmidt, que ia dizendo que sim com a cabeça.
A palavra Wirtschaftsraum, foi tantas vezes repetida no original, embora a conferencia fosse toda em inglês, que intrigado procurei-me esclarecer, mas a explicação durante anos não me pareceu coerente e era vaga, com a evolução do desenvolvimento industrial alemão e mais umas tantas feiras, estava claro o conceito de Wirtschauftsraum, mais ainda, as muitas referencias na Feira Internacional de Hannover, em 1983, à necessidade do rápido renascer do Camarelismo eram fortíssimas, e mais uma vez às claras!
Ficou para mim claro: A Alemanha preparava, estava a preparar há muito o seu renascimento, e preparava-se para ganhar por meios comerciais e industriais o que tinha perdido na guerra, só faltava a reunificação!
Para eles a Wirtschauftsraum era uma forma suave e delicada de implementar a velha Lebensraum.
Finalmente em 1990 cosegue a tão desejada reunificação! Por cá também ouve muita gente que viu, e até avisou publicamente em vários artigos da imprensa, mas o labéu era sempre o mesmo: Que exagerados! Não importa se eram cientistas reputados ou académicos, ou diplomatas, que exagerados!
E iam-se entretendo com as guerrinhas de alecrim e manjerona do costume, e olhando cuidadosamente para o seu umbigo!
Era o tempo do prato de lentilhas dos subsídios estruturais, para o CCB e o betão!
Por cá estava tudo avisado, e nem se podem esconder atrás do Relatório Porter!
Depois foi o que se viu e vê, e o que sabemos, sabemos não, que alguns preferem ainda ignorar, preferem fazer acreditar na má sorte ou… nas bruxas! Jens Widmann do Bundesbank fez já este ano uma campanha sub-reptícia para trazer de volta o Marco, se o euro tiver os dias contados. Mais uma vez Alemanha cuida do seu futuro!
Geopolitica faz ela!
JB
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