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CincoLusosOceanos


Terça-feira, 28.01.14

A Energia E Os Minerais Do Mar Português

 

Finalmente na energia  eólica offshore, as novas plataformas flutuantes, conseguiram exito ao fim de 15 anos de labuta, a tentar por uma tecnologia já madura em terra no dip offshore, finalmente já um aerogerador flutuante em teste de exploração ao largo da nossa costa, o problema do uso dos aerogeradores nessa aplicação já tem solução prática, e se associa-se a estas plataformas de flutuabilidade automática e controlada por computador,  os novos aerogeradores recentemente lançados pela da Siemens e da ABB com potencias de produção a rondar 6 MW cada,  já está resolvido no imediato, o aproveitamento dos ventos fortes e constantes no nosso dip offshore, para a exploração comercial.

Para a energia das ondas temos boas condições naturais em termos de força da ondulação, constância e frequência das ondas, e boas condições climatéricas, bons apoios junto à costa, e boas infraestruturas perto dos locais de instalação preferenciais, e em termos de estaleiros e portos.

Temos também um longo e bom percurso de I&D nessa area que vai desde o INETI ao IST, e um pouco por todas as nossas Faculdades e Institutos. Estamos envolvidos em três centrais de renome mundial Pico, Limpet (Escócia) e AWS.[1] Sendo uma tecnologia difícil dado as condicionantes naturais do meio, o arranque comercial está a demorar mais, mas tal como aconteceu na eólica offshore, deve-se estar à beira de se conseguir obter um protótipo de uma instalação comercialmente rentável.

Há aqui também que não desistir às boas, anda-se a polemizar e a querer desistir desde 2007, muito por o Ministro se ter excedido, e ter anunciado o êxito total em grandes parangonas. A tecnologia não será fácil, mas por isso mesmo será compensatória, e não se pode ostracizar as falhas do último protótipo, ainda por cima de um tipo novo de uma aplicação que tinha dado resultados experimentais, é o caso do Pelamis em 2008, projeto conjunto da Pelamis Wave Power, da EDP e Efacec, senão outros vão aproveitar os 25 anos de experiencia e estudos da nossa Engenharia e Técnica, que as falhas que impediram a sua entrada em ritmo comercial sendo suficientes para fazer atrasar não são inibitórias de se obter resultados dentre de mais algum tempo, não se pode é torpedear o projeto

Os investimentos aqui podem ter impacto a nível global, quem o diz é Sarmento Rodrigues que esteve à frente do Centro de Energia das Ondas.

A pressa é inimiga dos resultados, não esquecer nunca, que até Edison fez primeiro 100 lâmpadas que falharam logo ao fim de pouco tempo, até fazer a primeira realmente duradora, e a diferença entre a última e a primeira, em termos conceptuais era mínima! Se tivesse abandonado as tentativas de aperfeiçoamento, outros que não a sua General Electric teriam ficado com a patente a preço de nada, e ganho os biliões de biliões que a General Electric ganhou e ainda ganha.

Em termos de ligação e cabos elétricos, felizmente para nós, temo uma companhia de raiz portuguesa[2] excelente produtora de cabos elétricos e em particular de cabos elétricos submarinos de média tensão, para ligação destes sistemas de plataformas e geradores a terra, o que vai permitir ter sinergias associadas.

“Não podendo já competir com salários baixos, não podendo controlar o preço do petróleo e havendo limites para o endividamento externo, só tem uma alternativa: acrescentar mais valor à energia que gasta e reduzir a dependência do petróleo recorrendo às energias renováveis em que é incomparavelmente mais rico do que a maioria dos países europeus." Na sua singeleza, este é o desafio e esta a oportunidade.

Sabendo-se que 60% do consumo de energia eléctrica em Portugal é nos edifícios e que nestes a maior fatia é para climatização, vemos imediatamente que a oportunidade das energia renováveis não está só na sua produção mas também em evitar que uma arquitectura inadequada e um ordenamento do território contra natura transformem em enorme fonte de despesa a incalculável riqueza que é a energia solar que recebemos e o clima de que dispomos.”[3] No mês de Janeiro de 2014 o consumo das energias renováveis (barragens mais eólica terrestre) supriu já mais cerca de  70% das nossas necessidades, não seria por isso muito ambicioso esperar que num futuro próximo o fornecimento seja feito quase na sua totalidade por estes sistemas, têm que ser aumentados para suprir a futura e tão necessária reindustrialização do País.

Nas Minas submarinas, as crostas de Cobalto e o Lítio, e os depósitos de sulfuretos maciços polimetálicos ricas em materiais semicondutores, misturados com Ouro Cobre e Zinco, já descobertos na nossa ZEE, fazem esperar uma exploração comercial auspiciosa, que nos poderá colocar na vanguarda da produção destes metais, tão necessários para as novas tecnologias.

 Como só há uma empresa a canadiana Nautilus Mineral, a fazer a exploração comercial a nível mundial, e esta já se mostrou interessada em explorar experimentalmente algumas zonas nossas; e só o não está a fazer já, por as zonas solicitadas terem sido consideradas zonas protegidas, pelo que foi solicitado a reformulação do pedido para outros sectores; parece ser assim que alguma exploração experimental, vai arrancar a breve trecho.
 

As restantes empresas que se dedicam a esta área da exploração mineira submarina são dependentes diretamente dos Estados, o que equivale na pática a serem estatais, muito devido à extrema relevância estratégica para as novas tecnologias, a tal ponto que já causaram conflito entre o Japão e a China, com e troca de galhardetes de canhoeira entre eles ao discutir no local a soberania sobre umas ilhas desertas no meio do Oceano.

Por cá seria prudente fazer-se uma empresa com uma grande parte de capitais públicos, rondando os 50% talvez na alçada da Empordef- Empresa Portuguesa de Defesa[4], e fortes meios diretos e indiretos de controlo e acompanhamento, por forma a também controlar por dentro toda esta exploração, e não deixar tudo ao nível da conceção pura e simples por um número de anos específico, sempre dificilmente controlável devido à sua especificidade de exploração.

O número de missões científicas que todos os anos estudam e sondam os fundos da nossa ZEE alargada, especialmente a Inglaterra França Alemanha e Espanha, simultaneamente e constantemente, e o interesse despertado, assim o aconselha.

É necessário acautelar o futuro, e a longevidade produtiva deste sector, extraordinariamente rico em jazidas de sulfuretos polimetálicos, que são fonte de terras raras e metais raros e valiosos, e que estão na base atual das novas tecnologias, e, que noutros sítios como no Japão, já deram origem a conflitos de fronteiras marítimas com a China.

Como nós temos uma ZEE enorme onde esses conflitos são potenciais e expectáveis, e é um dos pontos de conflito para já com Espanha, pois não se julgue, que a luta deles pelas Selvagens serem consideradas rochedo e não ilhas, tem a ver com as cagarras!

É necessário que o Estado saiba acautelar os nossos interesses, defendendo-os primeiro, pelo que é necessário que não seja permitidas concessões de médio longo prazo, e sem o retorno devido e espectável, e sem a Transferência Tecnológica e de Know Who que nos ainda nos fizer falta.

Como tantas vezes já aconteceu no passado longincuo e no passado recente, basta recordar o triste episódio da perda de parcerias, e de Know Who consequente, no caso dos submarinos.

“Não temos de fiarmos de outras potências mas sim de nós próprios” [5]

O País assim o exige!

 

[1] http://www.marcasepatentes.pt/files/collections/pt_PT/1/300/302/Energia%20Oce%C3%A2nica.pdf

[2] Solidal citada em noticia do Expresso

[3] Professor Delgado Domingos IST

[4] Tal como foi feito com a Embraer Defesa & Segurança nas OGMA, com uma percentagem de 35%, o que é manifestamente baixo.

[5] D. João V

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por cincolusosoceanos às 11:08


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